Lomadee

sexta-feira, 18 de abril de 2014

SEXTA-FEIRA SANTA !
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            É o segundo dia do Tríduo Pascal, em que se celebra a morte de Jesus sobre a Cruz.
            Em cada Eucaristia se celebra sempre a Morte do Senhor, juntamente com a Sua Ressurreição, com a qual forma o único Mistério Pascal.
            Mas na Sexta-Feira Santa consagra-lhe um rito especial comemorativo que, normalmente, se realiza à hora em que o Salvador expirou no Calvário.
            A celebração deste dia compreende três partes distintas :

                        1. liturgia da Palavra.
            A Paixão do Senhor, que não pode tomar-se isoladamente como um facto encerrado em si mesmo, visto ser apenas um dos momentos constitutivos da Páscoa, só pode compreender-se e interpretar-se à luz da Palavra divina.
            Por isso a Liturgia começa por nos introduzir, por meio de Isaías, de S. Paulo e de S. João, no mistério do sofrimento e Morte de Jesus.
            A essa luz, a Paixão do "Servo sofredor" aparece-nos como uma obra de expiação em favor da humanidade, realizada com plena, total e soberana liberdade.
            E Jesus surge-nos não apenas como Vítima inocente e sofredora, mas também como Sacerdote.
            A Sua Morte tem valor sacrificial, é acto de mediação universal e causa de salvação.
            Não é tragédia, mas glorificação.
            A Sua Cruz não é objecto de ignomínia, mas trono de glória.
            Na posse do significado salvífico da Paixão, a assembleia cristã sente necessidade de se unir a esse acto sacerdotal de expiação e intercessão.
            Assim, a Liturgia da Palavra encerrar-se-á com uma solene oração, que abrange a humanidade inteira, pela qual Cristo morreu - uma oração verdadeiramente "missionária".

Nos fins do século IV a Adoração da Cruz foi introduzida nas tradições da Sexta-Feira Santa em Jerusalém.
Segundo a história, ou talvez com algo de lendário à mistura, Helena, a mãe do primeiro Imperador cristão, Constantino, descobriu na área de Jerusalém a verdadeira cruz em que Cristo tinha sido crucificado.
Desde então tornou-se tradicional em Jerusalém, expor esta sagrada relíquia à veneração eadoração dos fiéis, que se aproximavam dela e a beijavam.
Mais tarde este costume, bem como pequeninos pedaços da cruz, espalharam-se por todo o Império Romano.
No século VIII este hábito de adorar a cruz do Salvador foi incorporado na Liturgia e hoje, a lenta e piedosa procissão da Adoração da Cruz faz parte da Liturgia da Sexta-Feira Santa.
     Antes do Concílio Vaticano II, era costume, para os ministros do altar e para os fiéis que se quisessem associar a esta cerimónia da Adoração da Cruz, tirarem os sapatos.
Depois faziam-se três genuflexões duplas, antes de se beijar a cruz ou o Senhor crucificado.
Mais recentemente esta cerimónia ficou simplificada.
Ninguém se descalça e faz-se apenas uma genuflexão simples perante a Cruz que se vai beijar.
Permanece todavia o antigo costume de se desnudar a cruz por três vezes, um pouco de cada vez, à medida que a procissão se encaminha para o altar e, de cada vez , o Ministro canta :
- “Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo”.
De cada vez, sobe o tom da entoação e os fiéis vão respondendo no mesmo tom :
- “Vinde adoremos”.

            PROSTRAÇÃO
            É uma intensa, total e dramática expressão de adoração, de penitência e de súplica.
            Era comum entre os povos mais antigos e passou depois para a tradição cristã.
            Jesus também orou no Jardim das Oliveiras, prostrado, na noite antes da sua morte :
            - “E, adiantando-Se um pouco mais, caiu com a face por terra, orando e dizendo : Meu Pai, se é possível passe de Mim este cálice, todavia não seja como Eu quero, mas como Tu quiseres”. (Mt. 26,39).
             Até aos princípios da Idade Média, fazia-se uma prostração completa antes da celebração da Santa Missa, e disso há apenas uma reminiscência no princípio da celebração litúrgica de Sexta-Feira Santa.
            Antes da Reforma Litúrgica havia várias ocasiões em que se faziam adorações profundas (genuflexão com os dois joelhos) como na adoração da Cruz e na presença do Santíssimo Sacramento exposto.
            Presentemente só se faz uma genuflexão simples, isto é, só com um joelho, mesmo na presença do Santíssimo Sacramento exposto. (Instrução geral para a Sagrada Comunhão e para o culto da Eucaristia fora da Missa n. 84).

            IMPROPÉRIOS
Por definição, um Impropério é uma acusação ultrajante, uma censura áspera, um vitupério.
Os Impropérios são os cânticos religiosos da adoração da Cruz em Sexta-Feira Santa, que reflectem as queixas de Cristo dirigindo-se aos Judeus :
- “Meu povo, que te fiz Eu ? Em que te contristei ? Responde-Me. Libertei-te do Egipto: e tu preparaste uma Cruz ao teu Salvador”...
Pensa-se que se fundamentam em Miqueias :
            - “Povo Meu, que te fiz, ou em que te contristei? Responde-me. Tirei-te da terra do Egipto, livrei-te da casa da escravidão, e enviei diante de ti, Moisés, Aarão e Maria”... (Miq.6,3).
Os Impropérios datam desde o século VII e ainda hoje se usam embora sejam opcionais.
Durante algum tempo foram desencorajados por representarem uma atitude anti-semítica.           
Mas para os católicos significam um convite aos duros de coração e aos que necessitam de arrependimento.                 

                        3. Comunhão Eucarística
            Depois da contemplação do mistério da Cruz ( 1a parte), depois da adoração de Cristo Crucificado (2a parte), a Liturgia vai introduzir-nos no mais íntimo do Mistério Pascal, vai pôr-nos em contacto com o próprio "Cordeiro Pascal".
            Não se celebra hoje a Eucaristia.
            No entanto, pela Comunhão do "Pão que dá a Vida", consagrado em Quinta-Feira Santa, somos "baptizados" no Sangue de Jesus, somos mergulhados na Sua Morte.
            Assim unidos à fonte mesma da vida sobrenatural, ficámos cheios de força para passarmos da morte do pecado à alegria da Ressurreição.
            Através do Corpo Sacramental do Senhor crucificado e ressuscitado ficámos também mais unidos ao seu Corpo Místico, isto é, a Cristo que sofre e morre nos Seus membros.
            Como o Senhor Jesus, também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos.(1 Jo.3,16).
            À celebração que se faz na Sexta-Feira Santa, chamava-se "Missa dos Pressantificados", porque nessa celebração se comungava o Pão Eucarístico consagrado na Missa do dia anterior e guardado num altar fora do Templo, chamado o altar da reposição.
            Primitivamente só o celebrante comungava neste dia e não havia a Oração Eucarística.     Mas a partir de 1955, foi restaurada a tradição com a Liturgia da Palavra, a veneração da Cruz e a comunhão dos fiéis.
            Em Sexta-Feira Santa é dia de Jejum desde os 21 aos 59 anos, e de abstinência desde os 14anos. (Cân.1252).

                                                       John
                                                Nascimento
           
           

terça-feira, 15 de abril de 2014

  TRAIÇÃO DE JUDAS !

            Na Liturgia da Palavra de hoje – 15 de Abril – A, S. João faz referência ao Lava-Pés e à Traição de Judas,
Judas, nos três Sinópticos aparece sempre no fim da Lista dos Apóstolos, com o sobrenome de Iscariotes e mais ainda com a indicação de que ele "foi o traidor".(cf.Mt.l0/l-4; Mc.3/13-19;Lc.6/12-16).
            Judas é o único dos Apóstolos que não é Galileu e não se sabe nada, pelos Evangelhos, a respeito do seu chamamento.
            Os três Evangelhos Sinópticos declaram que Judas se aproximou dos Sumos Sacerdotes, na intenção de entregar Jesus:
            - “Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse-lhes : "Quanto me dareis se eu vo-Lo entregar?".(Ml.26/14-15).(cf. Mc.14/10-11; Lc.22/21-23).
             Eles ficaram contentes e prometeram recompensá-lo :
            - “Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata”. (Mt.26/15).
             Este era o preço de um escravo no Antigo Testamento.
            Se Judas fosse ambicioso e usurário como por vezes se diz, poderia ter exigido muito mais dos sumos sacerdotes.
            Na Última Ceia com os Seus discípulos, antes da Páscoa dos Judeus, Jesus declarou que um deles O havia de entregar :
            - "Em verdade vos digo : Um de vós Me há-de entregar".(Mt.26,21).
              Profundamente entristecidos, começaram a dizer-Lhe, cada um por sua vez :
            - "Porventura sou eu, Senhor ?”.(Mt.26/21-22).  (cf. Mc. 14/18-20;   Lc.22/22-23;  Jo.13/21-25).
             Só Mateus, Marcos e João revelam o sinal que Jesus deu do traidor :
            - “O que mete Comigo a mão no prato, esse Me entregará”. (Mt.26/23).(cf. Mc.14/18; Jo.13/26).
             Mas quando foi a vez de Judas perguntar : "Porventura sou eu. Rabbi?".
            Jesus respondeu :   
            - "Tu o disseste".(Mt.26/25).
             João deve ter ouvido, porque acrescenta :
            - “E, molhando o bocado, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão”. (Jo. 13.26).
             Marcos acrescenta :
            - “Melhor fora a esse homem não ter nascido”.(Mc.14/21).
             Jesus deu mais uma oportunidade a Judas consentido que molhasse com Ele o pão no prato.
            Só João, o discípulo amado, que estava do outro lado de Jesus, ouviu o que Jesus disse de Judas, e completa a história :
            - “E, depois de engolir o bocado, entrou nele Satanás”.(Jo. 13/26-27).
             E logo Jesus concluiu :
            - “O que tens a fazer, fá-lo depressa”. (Jo. 13/27).
             Judas não entendeu que Jesus sabia o que ele pensava fazer, e saíu tranquilo.
            Judas tinha dado um sinal, para que reconhecessem Jesus :
            - “Aquele a quem eu beijar, é Esse mesmo. Prendei-O”.(Mt.26/48).(cf. Mc. 14/44).
             Depois da Agonia de Jesus no Horto, Ele disse aos que estavam com Ele, Pedro e os dois filhos de Zebedeu :
            - “Levantai-vos, vamos ; já se aproxima aquele que me vai entregar”. (Mt.26/46).(cf. Mc.14/42; Jo. 14/31).
             E logo apareceu Judas com uma grande multidão, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo :
            - “Aproximou-se imediatamente de Jesus e disse : "Salve, Rabbi". E beijou-O”. (Mt.26/49). (cf. Mc.14/45).
             Cumpriu-se o que Jesus tinha anunciado, de modo que logo disse a Judas:
            - "Amigo, a que vieste?" Então avançaram, deitaram as mãos a Jesus e prenderam-No”. (Mt. 26/50).
             Lucas é muito mais explícito :
            - "Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?".(Lc.22/48).
             E foi daqui que nasceu a expressão de traição "O beijo de Judas".
            Judas depois compreendeu que Jesus foi condenado por causa da sua traição.
            Cheio de remorso foi entregar as moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes dizendo :
            - "Pequei, entregando sangue inocente". (Mt.27/4).
             Todavia, eles não quiseram aceitar as escusas de Judas nem as moedas de prata e Judas, revoltado foi-se enforcar :
            - “Atirando as moedas para o santuário, ele saiu e foi-se enforcar”. (Mt.27/5-6).
             Esta narração de Mateus, baseia-se possivelmente na profecia de Zacarias do Antigo Testamento que reza assim :
            -“O Senhor disse : "Arroja esse dinheiro no tesouro, essa bela soma pela qual avaliaram os teus serviços". Tomei as trinta moedas de prata e lancei-as no tesouro da casa do Senhor”.(Zac.11/13).
             Existe uma outra versão do fim trágico de Judas contada nos Actos dos Apóstolos :
            - “Efectivamente (Judas) era um dos nossos e foi-lhe atribuída uma parte do nosso ministério. Esse homem, depois de ter adquirido um terreno com o salário do seu crime, precipitou-se de cabeça para baixo e rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se espalharam”. (Act. 1/1.7-18).
             Concorda no essencial com a narração de Mateus.
            Tem, contudo, algumas diferenças : Assim, Judas ainda teria tido tempo para comprar um campo com o dinheiro do seu crime.
            Nele teria morrido de cabeça para baixo e partido ao meio.
            Possivelmente a narração da morte de Judas enforcando-se, está inspirada na história da morte de Aquitofel :
            - “Aquitofel, vendo que o seu conselho não fora seguido, selou o seu jumento e partiu para sua casa, na cidade. Pôs em ordem os seus negócios e enforcou-se...”. (2 Sam. 7 7/23).
             Quando Jesus, durante a Última Ceia anunciou que um dos seus o havia de trair, fiaram todos muito preocupados e todos, inclusive Judas – o traidor – foram perguntando quem seria e se seria um deles..
            Só João teria ouvido  Jesus dizer :
            - “O que mete Comigo a mão no prato, esse Me entregará”. (Mt.26/23).(cf. Mc.14/18; Jo.13/26).
             Judas não tinha realizado que Jesus sabia tudo nem nunca pensou qual era a consequência do seu gesto traidor, mas quando o reconheceu, ainda tinha tempo de se arrepender, mas já era tarde para remediar o quer que fosse.
            Nas nossas vidas humanas, mesmo em pequenas coisas, todos nós podemos ser traidores ou atraiçoados.
            Como traidores, todavia podemos sempre arrepender-nos e alcançar o perdão.
            Como atraiçoados, podemos também perdoar, mas em circunstâncias que já se não podem inverter, criando uma dívida que dificilmente alguém poderá pagar, especialmente se a traição de que formos vítimas  tiver o cunho de uma Calúnia.
            Pensando nisto até nos parece que a traição de Judas também tem o cunho de uma Calúnia, como uma dívida qwue ele não foi capaz de pagar e o levou a suicidar-se, quando tudo tinha surgido numa Ceia Pascal.

                                                                        John
                                                                                          Nascimento
CONGRESSO INTERNACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA - PARTIIPAÇÃO DA FENEME


No dia 11 de abril de 2014 a FENEME participou do CONGRESSO INTERNACIONAL: “REPENSANDO AO DIREITO A SEGURANÇA” realizado na UNIP – Universidade Paulista em São José do Rio Preto – SP. O referido congresso foi organizado pelo Comandante do Comando Regional-5 da Polícia Militar de São Paulo (sediado naquela cidade) Coronel AZOR LOPES DA SIVA JÚNIOR, (tendo apoio dentre outros da FENEME) e contou com a presença de Policiais Militares de vários Estados do Brasil, acadêmicos e professores das Universidades da região de São José do Rio Preto, Advogados, Magistrados, membros do Ministério Público, Guardas Municipais, Autoridades da região, além da participação especial de Oficiais da Gendarmeria Francesa, da Guarda Civil Espanhola e da Polícia de Moçambique.
A FENEME foi representada no evento pelo seu Presidente Coronel Marlon, pelo Diretor de Assuntos Legislativos Corne Miler e o assessor Tenente Coronel Martinez os quais participaram de mesa redonda abordando o ciclo completo realizado pelas policiais além de abordagem obre projetos relativos a segurança pública que tramitam no Congresso Nacional.
O congresso teve maciça presença e participação acadêmica com debates sobre os temas tratados pelos palestrantes, já que a proposta do evento era esclarecer e fomentar o debate tanto no âmbito das instituições policiais como junto a comunidade acadêmica, objetivo este que foi totalmente alcançado.
Destaque:  Além da Polícia Militar de São Paulo as Maiores delegações foram da Polícia Militr a de Santa  Cantarina composta por Oficiais da Associação de Oficiais - ACORS e da Polícia Militar do Espirito Santo.

Link: Para assistir evento


domingo, 13 de abril de 2014


SEMANA SANTA !...

          «Aquele a quem eu beijar, é Esse. Prendei-O».(Mt.26,48).
          «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?».(Lc.22,48).

Semana Santa é o período que vai do Domingo da Ramos na Paixão do Senhor até ao Sábado Santo, como preparação para a Festa da Páscoa.
          Quando a Religião Católica foi legalizada pelo Édito de Milão em 313, os baptizados que viviam em Jerusalém ou nas cercanias da cidade, começaram a celebrar publicamente o aniversário dos acontecimentos e dos lugares da paixão de Cristo identificados pela tradição, a que chamaram os "Lugares Santos".
          Faziam vigílias e procissões, e liam as escrituras referentes aos factos da Paixão do Senhor, especialmente a leitura da Paixão.
          E muito do que hoje se sabe a respeito da antiga Semana Santa e da Páscoa, veio sobretudo através dos Peregrinos europeus que trouxeram essas práticas consigo e as repetiam todos os anos.
          Uma peregrina de Espanha chamada Egeria, foi em peregrinação a Jerusalém em 381-384 e, quando voltou, escreveu tudo o que viu num livro, e os cristãos observavam essas práticas todos os anos.
          Mais tarde a Igreja foi incorporando algumas dessas práticas na Liturgia da Semana Santa.
         
                           PAIXÃO DE CRISTO

          A Paixão de Cristo inclui todos os acontecimentos referentes aos seus sofrimentos, desde a Última Ceia até à Sua Morte, e que foram anunciados por Isaías desde 42,13 até 43,12, e depois narrados pelos Evangelistas :
          Mat. 26 e 27;  Mc. 14 e 15; Lc. 22 e 23;  Jo. 18a 20.
          Todavia quando se fala na Paixão de Cristorefere-se muito especialmente à narração da Paixão feita pelos Evangelistas :
          Mat. 26,36 a 27,66, que se lê na Missa do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, Ciclo do Ano A.
          Mc. 14 e 15, que se lê na Missa do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, Ano B.
          Lc. 22 e 23 que se lê na Missa do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor Ano C.
          Jo. 18 a 20 que se lê na Missa de Sexta-Feira Santa.
          É evidente que, pela Sua Paixão, Cristo suportou muitos sofrimentos para nossa salvação, como :Degradação; Várias formas de sofrimento físico; Privação; Ultraje; Abandono e Morte.
          Mas também é verdade que todos estes sofrimentos constituíram uma plena aceitação como uma passagem da morte à vida, de uma aparente derrota a uma verdadeira vitória, da cruz para a glória.
          O Concílio Vaticano II na Sua Constituição sobre a Sagrada Liturgia afirma :
          - “Esta obra da redenção dos homens e da glorificação perfeita de Deus(...) realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada Paixão”...(SC 5).(cf. SC 61).
          Foi pela Paixão de Cristo que nos veio a justificação que nos é concedida pelo Baptismo, como nos diz o Catecismo da Igreja Católica :
          1992. - A justificação foi-nos merecida pela Paixão de Cristo, que na Cruz Se ofereceu como hóstia viva, santa e agradável a Deus, e cujo Sangue se tornou instrumento de propiciação para os pecados de todos os homens. A justificação é concedida pelo Baptismo, sacramento da fé. Conforma-nos à justiça de Deus, que nos torna interiormente justos pelo poder da sua misericórdia. E tem por fim a glória de Deus e de Cristo, e o dom da vida eterna.

                                  
          MISSA CRISMAL
          Primitivamente era na manhã de Quinta-Feira Santa, mas presentemente, por razões práticas, noutro qualquer dia da Semana Santa, na Igreja Catedral o Bispo com a presença dos Párocos e com delegações de leigos das diversas Paróquias, num ritual solene, celebra a Missa Crismal para benzer os Óleos que se hão-de usar durante todo o ano :
          * O Óleo dos Catecúmenos, usado no Baptismo das crianças e no catecumenato dos adultos.
          * O Óleo do Crisma, usado no Baptismo e na Confirmação.
          * O Óleo dos enfermos, usado na administração da Unção dos Enfermos.
          É um rito próprio do Bispo, como sucessor dos Apóstolos e o primeiro servidor da Igreja local, em volta do qual se reúnem, para com ele celebrar a Eucaristia, os Sacerdotes dos diversos lugares e ministérios da Diocese, numa prova de unidade eclesial.
          Através dos Santos Óleos, por ele benzidos nesta Missa Crismal e pelos sacerdotes levados para todas as Paróquias, o Bispo "fundamento e unidade da sua Diocese" (LG 23), estará presente no Baptismo, na Confirmação e na Unção dos Enfermos.
          Unidos no Único Sacerdócio de Jesus Cristo, Bispos e Sacerdotes são, porém, simples instrumentos, "servos do Ministério".
          Quem, por intermédio deles, age na Igreja, é o Espírito de Jesus, o Espírito Santo, como o sublinha toda a Liturgia da Missa Crismal.
          Renovando, na Missa Crismal, o seu compromisso de serviço à comunidade dos crentes, os Sacerdotes reafirmam o seu desejo de fidelidade ao Espírito Santo, que receberam com a imposição das mãos.
          O Bispo deve ser considerado como sumo sacerdote do seu rebanho, de quem deriva e depende, de algum modo, a vida dos seus fiéis em Cristo.
          A Missa do Crisma, que o Bispo concelebra com os presbíteros das diversas regiões da Diocese, e durante a qual consagra o Santo Crisma e benze os outros Óleos, é considerada uma das principais manifestações da plenitude do sacerdócio do Bispo e sinal da íntima união dos presbíteros com ele.
          Com efeito, é com o Santo Crisma consagrado pelo Bispo que os recém-baptizados são ungidos e, depois, confirmados.
          Com o Óleo dos Catecúmenos são preparados e dispostos os Catecúmenos para o Baptismo.
          Finalmente, com o Óleo dos Enfermos, são aliviados os doentes nas suas enfermidades. (cf. Missal popular).
          No fim da Missa Crismalou em qualquer outra altura, os Párocos levam para as suas Paróquias, uma certa porção destes Óleos para a administração dos respectivos Sacramentos durante todo o ano, a começar na Vigília Pascal.

          TRÍDUO PASCAL
          Aos últimos três dias da Semana Santa, chama-se Tríduo Pascal, isto é, Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e Sábado Santo.
          Originariamente, não havia a celebração da Semana Santa.
          A Páscoa era celebrada no contexto de um só dia : a Vigília Pascal que começava ao pôr do sol de Sábado e continuava até ao fim do primeiro dia da semana, o Domingo.
          No século V, o Mistério Pascal ficou fragmentado em várias peças, por influências de Jerusalém.
          O núcleo chamou-se "Tríduo Sagrado" : de Sexta-Feira até à manhã de Domingo, em memória da Morte, Sepultura e Ressurreição.
          Mais tarde foi acrescentada a Quinta-Feira porque os dias eram contados a partir da véspera de Sexta-Feira.
          Com o fim das perseguições aos Cristãos, o imperador cristão proibiu toda a espécie de entretenimento durante esta semana e daqui saiu a tradição de que todos os prisioneiros deviam ser perdoados.
          Os três dias de Quinta-Feira, Sexta-Feira e Sábado da Semana Santa foram considerados como dias santos.
          Desde então a Igreja celebra o Mistério das salvação, nas suas três fases (Paixão, Morte e Ressurreição), no decorrer de três dias, que constituem o ponto culminante do Ano Litúrgico.
          Este Tríduo Pascal começa com a Missa Vespertina de Quinta-Feira Santa, tem o seu momento mais alto na Vigília Pascal e termina com as Véspera do Domingo da Ressurreição.
          Deste modo, não podemos identificar a Páscoa apenas com o Domingo da Ressurreição.
          Isso seria mutilar uma realidade extremamente rica e reduzir-lhe as dimensões.
          "O plano divino da Salvação em Cristo não pode fragmentar-se, mas deve ser considerado como um todo único".
          Compreende-se, portanto, a importância deste Tríduo Pascal, quer na liturgia, quer na vida da Igreja.
          Dele derivam todas as outras solenidades, que não são senão reflexos, ecos deste Acontecimento salvífico, de modo que o culto cristão é um culto pascal.
          Nele tem o seu centro de convergência e de irradiação a vida da Igreja, pois "o Mistério cristão culmina e compendia-se no Mistério Pascal, que dá cumprimento à História da Salvação e à missão de Israel, enquanto inaugura, com os tempos messiânicos, a existência histórica da Igreja".
          O Tríduo Pascal, pelo qual se aplica aos homens a perene eficácia do Mistério da Redenção, deve ser vivido plenamente.
          Nestes três dias, unidos ao Salvador, devemos percorrer o seu itinerário, tornando-nos solidários com Ele na Paixão e na Morte, para o sermos também na Ressurreição.
          Diz o Catecismo da Igreja Católica :
          1168. - Partindo do Tríduo Pascal, como da sua fonte de luz, o tempo novo da Ressurreição enche todo o ano litúrgico da sua claridade. Ininterruptamente, dum lado e doutro desta fonte, o ano é transformado pela Liturgia. É realmente "ano da graça do Senhor". A economia da salvação realiza-se no quadro do tempo; mas a partir da sua concretização na Páscoa de Jesus e da infusão do Espírito Santo, o fim da história é antecipado, pregustado, e o Reino de Deus entra no nosso tempo.
          Antes da Reforma da Liturgia, o tempo da Quaresma terminava com a Vigília pascal.      
          Paulo VI nas Normas Gerais do Calendário e Ano Litúrgico, a respeito da Quaresma, estabeleceu :
          -"A Quaresma começa com a Quarta-Feira de Cinzas e termina com a Missa de Quinta-Feira Santa”.(28).
                                     John
        Nascimento